15/05/2011

"Tire essa Pedra do Caminho"


A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, ontem, uma audiência pública para tratar da questão do crack. A iniciativa foi da Central Única das Favelas (Cufa), que aproveitou o evento para lançar o movimento “Tire essa pedra do caminho”, como parte do projeto Caravana social contra o crack, que reúne a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado na mesma parceria.

O mais importante nessa iniciativa é que ela vem da base da sociedade, que se sente ameaçada pelo avanço de uma droga de efeito devastador sobre as famílias, as escolas e o ambiente de trabalho. Embora o Estado brasileiro tenha a obrigação de liderar a luta contra esse tipo de entorpecente, isso não poderá ser feito com a amplitude e a eficácia requeridas se não contar com a participação da sociedade.

A Confederação Nacional de Municípios constatou em pesquisa que em mais de 3,8 mil dos 5,5 mil municípios brasileiros há graves problemas de segurança pública, saúde e assistência social decorrentes do consumo de crack.

Trata-se de uma droga cerca de cinco vezes mais potente do que a cocaína, com a vantagem de ser mais barata e acessível. O organismo rapidamente ressente-se de seu efeito destrutivo sobre os neurônios, com o comprometimento da memória, da concentração e do autocontrole. Calcula-se que cerca de 30% dos usuários percam a vida em um prazo de cinco anos: seja pela droga em si, ou em consequência de seu uso (suicídio, envolvimento em brigas, “prestação de contas” com traficantes, comportamento de risco em busca da droga – como prostituição, etc.).

Como combater esse mal, se 90% das prefeituras não dispõem de condições técnicas e financeiras para formular e implementar programas de prevenção dirigidos a jovens e adolescentes? Esse é o desafio posto ao Estado brasileiro, e quanto mais este demorar em sua resposta mais difícil será enfrentar o problema.

A presidente Dilma Rousseff, durante a campanha comprometeu-se a enfrentar a questão – e é o que todo Brasil aguarda. Mas o governo não ganha esta batalha sozinho, é preciso a participação proativa da sociedade. É o que faz a Cufa com esta iniciativa muito bem vinda e digna de aplausos.


Fonte: Jornal O Povo|

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